A Grécia esteve paralisada quinta-feira (27) pela segunda greve geral deste ano. A paralisação foi convocada pela Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (ADEDY) e pela Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE), que congrega os trabalhadores do setor privado.
A greve geral é um protesto contra as políticas de austeridade do governo grego de Antonis Samaras (foto), nomeadamente a eliminação de postos de trabalho no setor público e alterações à legislação trabalhista que permitam a total liberação das demissões coletivas.
Estas duas alterações são imposições da Troika (Comissão Europeia, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional) que pretende realizar uma nova demissão de 5.500 funcionários públicos até ao final de 2014, perfazendo um total de 14.000 demissões na administração pública ao longo deste ano. A Troika pretende ainda a legalização total da demissão coletiva e limitação do direito de greve.
As centrais sindicais denunciam “as medidas governamentais que empurram o país para a Idade Média social, provocam o desemprego e convertem os trabalhadores na variável de ajuste da crise e do déficit”. A greve geral teve elevada adesão no setor público, paralisando escolas e serviços de saúde, onde só funcionaram os serviços mínimos. Os jornalistas paralisaram dois dias.
O transporte público não funcionou. Os transportes aéreos paralisaram completamente, devido à greve dos controladores. O ponto alto do protesto foi a manifestação ao meio-dia no centro de Atenas, que mobilizou 35.000 a 40.000 pessoas, segundo as centrais sindicais. Algumas das palavras de ordem com mais destaque foram “Não ao trabalho medieval” e “Contrato coletivo já”.
Segundo a agência Efe, os dados macroeconómicos da Grécia apontam que em seis anos de políticas de austeridade a Grécia perdeu um quarto da sua riqueza. De acordo com a OIT, desapareceram um quarto dos postos de trabalho, a taxa de desemprego atinge 25,9% da população ativa e os salários baixaram 23,8% desde 2010. No próximo dia 7 de dezembro, o parlamento grego votará o orçamento do estado para 2015, no qual estão previstos novos cortes, nomeadamente na saúde e na escola pública.
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