terça-feira, 5 de agosto de 2014

Trabalhadores dos Correios da Palestina pedem solidariedade e denúnciam do massacre promovido por Israel

                                                                 
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Palestina, que em junho manifestou solidariedade aos metroviários demitidos de São Paulo, pede aos companheiros do Brasil solidariedade ao povo palestino e agenda permanente de ações contra as violações do Estado de Israel.

O escritório dos Correios de Rafah foi destruído e, além das milhares de mortes em Gaza, e dos inúmeros casos de violação do Direito Internacional Humanitário da região, os trabalhadores palestinos dos correios ressaltam as mortes de manifestantes na Cisjordânia e os ataques cotidianos do exército israelense contra os moradores de outros territórios ocupados.

Confira abaixo tradução da carta enviada à CSP-Conlutas:

Caros companheiros sindicalistas,
Caros irmãos trabalhadores do serviço postal
Queridos irmãos e irmãs,
Obrigado.

Obrigado por falar sobre o nosso povo em Gaza. Obrigado por confrontar seus governos e políticos, alertando-os a assumir outra postura que não seja a de indiferença e covardia, contra o apoio direto aos crimes de guerra de Israel. Obrigado pelos inúmeros gestos de camaradagem e de solidariedade. Muito obrigado pela coragem e mobilização infalível.

Ter vocês todos ao nosso lado, a milhares de quilômetros de distância, mas muito perto de nossos corações, é o nosso único consolo em meio a tanta tristeza.

Sofremos pelas mais de mil vidas perdidas, pelas famílias inteiras que perderam suas vidas dentro de suas casas bombardeadas, pelas crianças órfãs que perderam seus pais, pelos pais que tiveram seus filhos mortos, pelos milhares de feridos e pelas milhares de casas destruídas.

Os moradores sobreviventes do bairro de Shuja’ia se depararam hoje com um enorme campo de ruínas, e a aldeia de Khuza’a ainda está fora do alcance para as equipes de busca e salvamento.

43% da Faixa de Gaza foi declarada uma zona proibida para a população. Hospitais e centros de saúde, escolas, locais de culto, centros comunitários, fábricas, fazendas, e abrigos designados pela ONU, mesmo os temporários, nada disso foi poupado pela máquina de guerra israelense.

Em meio ao horror de tanta destruição e a perda de vidas inocentes, torna-se mero detalhe o fato de que o nosso escritório de correios em Rafah foi destruído também.

Considerando que o cessar-fogo humanitário pode acabar a qualquer momento, nós, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços Postais, pedimos que as mobilizações e ações de solidariedade internacional continuem, não somente pelo fim do massacre de nossos irmãos e irmãs em Gaza, mas por justiça às vítimas, pelo fim da impunidade de Israel, e também pelo fim do bloqueio a Gaza e da ocupação colonial.

Nossos protestos na Cisjordânia foram recebidos com disparos de munição real. Enquanto a ocupação é permitida, nós, como palestinos, continuaremos a ser um alvo por ousar resistir. Por se atrever a existir.

Por favor, sigam firmes em seus esforços para expandir o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), e nos ajudem a conquistar mais aliados nesta nossa luta por liberdade e justiça, e um futuro melhor para nossos filhos.

Vamos enfrentar a violência israelense, sua repressão, suas políticas de apartheid e de total desrespeito pelos direitos humanos e da vida humana com uma frente unida de cidadãos lutadores pelo mundo.
 http://cspconlutas.org.br/2014/08/terceiro-ato-em-solidariedade-ao-povo-palestino-em-sao-paulo-ocorre-segunda-feira-4/#sthash.zVUk1EWN.dpuf

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