terça-feira, 5 de agosto de 2014

Trabalhadores protestam na ALMG contra privatização de estatais como a Cemig e a Gasmig

                                                                   

A mobilização dos trabalhadores da Cemig e da Gasmig contra a PEC 68, que favorece a privatização de estatais mineiras, recebeu o apoio de lideranças populares, políticas e sindicais e provocou a suspensão da reunião ordinária dos deputados nesta terça-feira, 5.

Depois de realizar um ato em protesto contra a PEC na portaria e nas galerias da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, manifestantes seguiram em passeata até a sede da Cemig, no bairro Santo Agostinho, onde fizeram nova manifestação e falas em defesa da Gasmig, da Cemig e de outras empresas ameaçadas de privatização pela PEC. 

O coordenador geral do Sindieletro, Jairo Nogueira Filho, reforçou que a luta é contra a PEC é, também, contra qualquer forma de privatização que seja decidida sem ouvir a população. 

Para ele, se a proposta de mudança na Constituição de Minas Gerais que favorece a venda das empresas do Estado fosse boa, o governo do Estado não excluiria a sociedade do debate. 

"É muito estranho que, em ano de Copa e de eleição, apoiadores do governo apresentem uma proposta de mudança tão profunda na Constituição Mineira sem consultar a população”, destaca Jairo.

A presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, classificou como absurda a tentativa do governo estadual de promover a venda do patrimônio dos mineiros a partir da edição da PEC 68. 

“Também é absurdo como os deputados abrem mão do seu papel de legislar”, diz, se referindo a operação montada na ALMG para aprovar a PEC rapidamente, sem debate com a sociedade.  

Temor entre trabalhadores

Trabalhadores concursados da Gasmig  que participaram do ato na ALMG contam que têm vivido dias de  pesadelo desde que a Proposta de Emenda á Constituição foi apresentada, em  junho deste ano, por um grupo de deputados aliados do governo do Estado. 

A PEC acaba com o referendo popular para desestatização de empresas publicas em Minas Gerais. Com isso, as estatais podem ir parar na mão da iniciativa privada, a começar pela Gasmig, cujas ações estão sendo vendidas para a empresa espanhola Gás Natural Fenosa (GNF). 

Um grupo de gasistas concursados resume a decepção que sentem desde que foi noticiada a venda da estatal, contrariando, inclusive, a Constituição do Estado, sem qualquer explicação aos trabalhadores. 

“Nós nos preparamos e passamos no concurso, garantimos a boa produtividade para a Gasmig  e o lucro está lá. Mas a direção da Cemig age como se fôssemos descartáveis”, lamenta uma trabalhadora. 

Outra manifestante conta que, desde que foi noticiada a  privatização, os gasistas só tiveram uma reunião com o presidente da Cemig, Djalma Morais, que não deu qualquer explicação ou garantia.

 “Eu não fiz concurso para ter estabilidade de três anos, como ele prometeu, informalmente, sem nada escrito. Cumpri os requisitos para ter um emprego numa estatal”, diz outra trabalhadora. 

O Sindieletro convoca todos os eletricitários e gasistas a permanecerem vigilantes acompanhando a tramitação da PEC 68, garantindo a defesa da Constituição, da participação democrática da sociedade no debate e das estatais, como patrimônio dos  mineiros. (Com o Sindieletro)

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