Os educadores vão manter estado de greve para acompanhar os resultados da reunião com o governo, que foi agendada para o dia 11 de junho. A suspensão da greve preserva o período de recesso da categoria, que começa na próxima semana em função da Copa do Mundo.
Dentro das ações do estado de greve, a categoria votou a continuidade da ocupação da Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana A, iniciada no dia 2 de junho e a vigília no dia da reunião com o governo do Estado, além da retomada do movimento após o período de recesso.
O agendamento da reunião foi fruto de pressão dos educadores que paralisaram quarta-feira a MG 010, nos dois sentidos, na altura da Cidade Administrativa, por cinco horas e meia – de 9h às 14h30 e de outros atos realizados como o escracho da Secretaria da Educação, manifestações de rua e a ocupação da SRE Metropolitana A. As ações possibilitaram uma cobertura dos meios de comunicação, o que deu visibilidade ao movimento.
Uma comissão de deputados estaduais, composta por Pompilio Canavez, Tadeu Leite, Rogério Correia e Adalclever, ajudou na mediação com o Governo do estado. Durante a manhã dessa quarta-feira, os deputados do Bloco Minas sem Censura obstruíram as votações na Assembleia Legislativa para pressionarem o governo por abertura de negociação.
Os educadores denunciaram a despreparo da Polícia Militar (PM), que agrediu um professor durante a manifestação na Rodovia MG 10. O coordenador do Sind-UTE Subsede Diamantina, Fabrício Fraga, foi atingido por spray de pimenta.
“Este episódio nos indigna. A greve e a manifestação são instrumentos garantidos pela Constituição e a presença da PM em manifestações é para acompanhar e manter a segurança e não agredir os trabalhadores”, afirmou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Balanço das Ações
O movimento desde o início foi marcado por atos e assembleias regionais em todo o Estado. Entre eles, um ato aconteceu no Instituto de Educação – contra a violência no ambiente escolar e em apoio à professora Rosane dos Santos, agredida naquela Escola, que é uma das consideradas modelo da capital. A agressão aconteceu no dia 28 de maio, praticada por alunos. Ela fraturou a perna esquerda fraturada após ser empurrada e teve que ser submetida a uma cirurgia.
A direção do Sind-UTE/MG informa que desde 2011, a entidade apresenta, em sua pauta de reivindicações, que o governo estadual elabore uma política que combate a violência nas escolas e crie protocolos de atendimento ao educador agredido. Mas, de acordo com o Sind-UTE/MG, até hoje isso não foi feito. Para a coordenadora-geral do Sindicato, Beatriz Cerqueira, está cada vez mais comum professores serem agredidos dentro das escolas públicas, e a situação é tratada como caso isolado e rapidamente esquecido. “Fica o professor isolado, humilhado por ter apanhado de um adolescente no seu local de trabalho e tendo que ouvir as palavras politicamente corretas como "prevenção e diálogo", como se a agressão fosse consequência da ausência do diálogo, e a vítima que é o professor, acaba se transformando em réu.”
Outra manifestação, por tempo indeterminado, é a ocupação da SRE Metropolitana A, na Rua Congonhas, 675, no Bairro Santo Antônio, que teve início dia 02 de junho e permanece. A ocupação será mantida a princípio.
Reivindicações
A categoria reivindica, na Campanha Salarial Educacional 2014, entre outros itens, o descongelamento das carreiras, o pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), a nomeação dos concursados e a solução para a situação dos efetivados da Lei Complementar 100/2007, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Estas e outras questões constam da pauta com o Governo.
Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, a greve é a maneira que a categoria tem de pressionar o governo do Estado a abrir negociação. “Nosso movimento é vitorioso porque alcançamos nosso objetivo – abertura de negociação com o governo para discutir nossas questões”, afirma Beatriz Cerqueira. (Com o SindUTE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário