terça-feira, 10 de junho de 2014

Sindicato dos Bancários de BH paralisa agência do Itaú

                                                                           
O Sindicato paralisou, nesta terça-feira, 10, as atividades da agência 1403-BH Avenida João Pinheiro do Itaú no centro de Belo Horizonte. Em frente à unidade de trabalho que teve suas atividades paralisadas, foi realizado um ato contra as demissões, a falta de funcionários e a falta de segurança. Bancárias e bancários exigiram respeito do banco para com seus funcionários e clientes, além de cobrarem melhores condições de trabalho.

O Itaú propaga, em campanha de mídia, o slogan "Vamos torcer e jogar todos juntos", mas a realidade vivida no banco é outra. Em carta aberta nacional que foi distribuída aos clientes durante a paralisação, os bancários denunciam que o Itaú está jogando mesmo é contra o emprego, contra a segurança e também contra a população.

Corte de empregos

Apenas em 2013, o Itaú obteve lucro líquido de R$ 15,8 bilhões, o dobro do que o governo brasileiro investiu, desde 2007, para construir e reformar os estádios para a Copa do Mundo. No primeiro trimestre de 2014, o lucro já chegou a R$ 4,5 bilhões, com um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado.

Entretanto, apesar do lucro exorbitante, o Itaú cortou 733 postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano, totalizando 2.759 nos últimos 12 meses. Dentre estes cortes, o Itaú tem demitido inclusive pessoas com deficiência, principalmente caixas, após realizar pressão pelo cumprimento de metas.

Falta de segurança

Outro grave problema é a falta de investimentos do Itaú em segurança. O banco tem implementado um novo modelo de "agências de negócios", onde trabalham bancários, funcionam caixas eletrônicos, mas não existem vigilantes nem portas giratórias.

O Sindicato paralisa, há mais de um mês, as atividades da primeira "agência de negócios" que o Itaú tentou implantar na base de BH e Região. Além disso, o caso foi denunciado à Secretaria Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE-MG), ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Polícia Federal.

Uma mediação entre o Sindicato e o Itaú foi realizada no dia 4 de junho na SRTE-MG, mas o banco não apresentou qualquer solução para o problema. O caso foi, então, encaminhado pela Secretaria ao MPT.

Horário estendido

Durante a paralisação, o Sindicato protestou contra o funcionamento de unidades de trabalho do Itaú com horários estendidos. Agências como as localizadas em shoppings realizam atendimento entre as 12 e as 20h, o que faz com que trabalhadores fiquem além desse horário nas unidades de trabalho. Bancárias e bancários reclamam do excesso de horas extras e da falta de segurança por saírem tarde das agências, o que também prejudica seus estudos e a convivência familiar.

Representantes do Itaú que antes afirmavam que os funcionários não eram obrigados a trabalhar nas agências com horários estendidos hoje pressionam para que os funcionários sejam mantidos nestas unidades de trabalho.

Adoecimento dos trabalhadores

O Sindicato também denunciou que, por causa da pressão e do assédio moral, funcionárias e funcionários do Itaú estão adoecendo cada dia mais. Além de tudo, o banco sucateou o atual plano de saúde.

Após a fusão com o Unibanco, o Itaú transferiu a gestão do plano de saúde de Belo Horizonte para São Paulo. O resultado foi que o plano entrou em decadência e as reclamações, tanto dos funcionários como dos médicos que prestam atendimento, se multiplicaram sem que o banco tomasse providências para solucionar os problemas. (Com o SEEBBH)

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