domingo, 25 de maio de 2014

Brasileiro eleito presidente da Confederação Sindical Internacional

                                                 


O ex-presidente da CUT nacional e da Apeoesp (Sindicato dos Professores da Rede Oficial de São Paulo), João Antonio Felício, foi eleito presidente da maior confederação internacional de sindicatos. A CSI – Confederação Sindical Internacional, fundada em 1º. de novembro de 2006, através da fusão de duas outras gigantes do setor, a WCL e a CFTU, representa cerca de 180 milhões de trabalhadores de 161 países, reunidos em 325 entidades filiadas. É a primeira vez que um brasileiro e latino-americano é eleito para um cargo deste porte no sindicalismo internacional.

A eleição aconteceu na sexta-feira, 23 de maio. O processo teve duas etapas. Primeiro o Congresso da CSI, reunido desde o domingo, 18, em Berlim, elegeu o Conselho da entidade e a Secretária Geral (na verdade reeleita), Sharan Burrow, do movimento sindical australiano. Depois, o Conselho, com representantes das entidades filiadas, elegeu o presidente. A escolha de João Felício se deu por unanimidade – o que o tornou uma das pessoas eleitas com mais votos no mundo inteiro. O processo eleitoral do Conselho prevê que cada conselheiro vote com o número de filiados à sua entidade, o que equivale a dizer que João Felício foi eleito por 180 milhões de votos, mais ou menos.

O Congresso votou também as prioridades para a próxima gestão: filiar mais 27 milhões de trabalhadores nos próximos quatro anos; combater o trabalho escravo em escala mundial; lutar por um salário mínimo decente em todos os países do mundo; e intervir na Cúpula de Paris a respeito de um acordo positivo sobre as mudanças climáticas no mundo.

Durante o evento houve várias manifestações de diferentes setores que estão começando a se organizar em escala mundial. As principais foram as dos futebolistas, das trabalhadoras (es) domésticas (os) e dos taxistas. Uma das resoluções do Congresso foi o envio de uma manifestação à FIFA pedindo que ela reconsidere a escolha do Qatar para a realização do Campeonato Mundial de Futebol de 2022, porque o governo do país é considerado conivente com o trabalho escravo e é extremamente repressivo em relação às reivindicações e organizações de trabalhadores. O primeiro ato do novo presidente foi a assinatura desta carta.

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