domingo, 18 de maio de 2014

O PCO denuncia: quase 60% dos brasileiros vivem om menos de um salário mínimo

                                                       

50 milhões de pessoas vive com menos de um salário mínimo, 16,2 milhões vivem com menos de R$ 70 por mês e quase cinco milhões não têm renda alguma. Apenas 1% da população ganha acima de 20 salários.


Segundo o censo o IBGE de 2010, mais de 115 milhões de brasileiros, quase 60% da população brasileira (32,2 milhões de um total de 54 milhões dos domicílios ocupados), vive com menos de um salário mínimo de renda mensal per capita.

Em torno de 50 milhões de pessoas (15,8 milhões de domicílios) vivem com até meio-salário mínimo de renda mensal. Outras 16,2 milhões de pessoas vivem com menos de R$ 70 por mês e quase cinco milhões de pessoas não têm renda alguma.

O total de domicílios classificados como sem rendimento foi de 2,4 milhões. 132 mil famílias são chefiadas por crianças de 10 a 14 anos. As disparidades entre regiões e estados brasileiros são gritantes: no nordeste 51% da população vive com até meio salário mínimo, ao contrário da região sudeste que é de apenas 18%.

Outra desigualdade está entre homens e mulheres, pois as mulheres são em média mais pobres que os homens. O grupo que ganha de um a dois salários mínimos representa 22,5% da população. Outros 15,8% ganham a partir de dois salários mínimos. Apenas 1% da população ganha acima de 20 salários e 2% ganha entre 10 e 20 salários.

As políticas de submissão ao imperialismo dos governos do PSDB e do PT, praticamente têm eliminado os investimentos produtivos, têm aumentado exponencialmente as terceirizações e a informalidade laboral, sem qualquer direito trabalhista e social, e têm deixado fora da chamada sociedade formal milhões de trabalhadores, que nem sequer chegam a procurar algum emprego nas suas vidas.

Os índices de medição de pobreza e de distribuição de renda (GINI, IDH, etc) consideram o Brasil como um dos países com maior desigualdade no mundo, mesmo depois dos demagógicos programas sociais dos governos do PT: brutal desigualdade econômica, péssima distribuição de renda, baixo nível de educação, alta corrupção, discriminação ostensiva (e étnica) contra vários grupos sociais, altíssima concentração de renda, etc. A base de dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano) mostra que o Brasil é o décimo no ranking da desigualdade.

Com o aguçamento da crise capitalista, o trabalho escravo tem aumentado. Estima-se em 50 mil brasileiros sujeitos a condições degradantes ou ao trabalho escravo no Brasil, em plantações de cana-de-açúcar, soja, algodão, cereais, pecuária e produção de carvão vegetal. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra e o Ministério do Trabalho, somente entre 2003 e 2010, foram resgatados mais de 10 mil trabalhadores em condições análogas à de escravo somente nos canaviais brasileiros.

As políticas neoliberais, a completa submissão ao capital financeiro imperialista levou ao aumento exponencial do desemprego

Entre 1974 e 1980, a taxa média anual de crescimento do PIB foi de 7% e o investimento fixo foi de 24% em relação ao PIB; entre 1981 e 1990, esses índices passaram para 1,7% e 17,7% respectivamente; entre 1991 e 2000, para 2,6% e 15%; entre 2001 e 2003 para 1% e 13,5%.
Entre 1981 a 1990, a PEA (População Economicamente Ativa) cresceu cerca de 1,4 milhão de pessoas por ano.

Considerando a criação de aproximadamente 500 mil vagas por ano, nesse período teria sido acrescentado ao exército de desempregados em torno de nove milhões de pessoas. Nos anos 90, a criação anual de vagas foi de aproximadamente 300 mil por ano. Alguns breves períodos de “bonança”, tais como os planos Cruzado e o início do Plano Real, foram seguidos pela enorme desestruturação da economia brasileira.

Entre 1991 e 2003, a PEA cresceu 26 milhões de pessoas. Descontando os 3,8 milhões de vagas formais criadas, houve uma destruição de 22,2 milhões de vagas de emprego na época.
Da mesma maneira, as aproximadamente nove milhões de vagas criadas no governo Lula resultaram numa destruição de aproximadamente três milhões de vagas adicionais, considerando o percentual do ano passado de crescimento da população, que foi de 1,2% por ano, a pesar de ter sido um pouco maior nos anos anteriores. Ingressam ao mercado de trabalho, aproximadamente, 1,5 milhões de pessoas por ano.

Após o colapso capitalista de 2007-2008, o imperialismo impôs a política de repassar o peso da crise para os países atrasados e os trabalhadores. N, a parcela do orçamento público destinada ao pagamento dos serviços da dívida pública tem crescido até os quase 50% atuais. Por esse motivo, ano após ano, apesar do propagandeado PAC, que também é um mecanismo de repasse de recursos para os grandes capitalistas, o investimento produtivo do governo tem decrescido acentuadamente: segundo dados do IPEA, em 2008, representou 3,71% do PIB incluindo o investimento das estatais, em 2009 2,2% (4,38% considerando os investimentos das empresas estatais), em 2010 2,03% e em 2011 abaixo de 1,5%.

As políticas principais da burguesia para enfrentar o problema da agudização dos conflitos sociais, devido à sensível piora da situação dos trabalhadores, têm sido os esquálidos programas sociais, o aumento da repressão e o aumento da campanha contra os direitos das mulheres.

Estão sobrando vagas especializadas?

A propaganda da burguesia prega que estão sobrando vagas no mercado de trabalho e que elas não seriam preenchidas pela falta de qualificação dos trabalhadores. O objetivo é culpar os próprios trabalhadores pelo desemprego e o subemprego, ocultar a profundidade da crise capitalista no Brasil e que esses fenômenos são inerentes ao capitalismo, mecanismos de controle das massas trabalhadoras pelo capital. A campanha em cima do "treinamento" e "qualificação técnica" tenta camuflar a luta entre a burguesia e o proletariado.

O objetivo dos capitalistas é a busca do lucro a qualquer custo o que os leva ao aumento da exploração, através do aumento da produtividade, a intensificação da jornada de trabalho e a diminuição dos salários.

A propaganda também visa aumentar a pressão sobre a maioria dos trabalhadores de empregados, pois poderiam ser substituídos pelas máquinas ou superados pela tecnologia, e sobre o exército industrial de reserva, que é usado como chantagem sobre os trabalhadores empregados com o objetivo de diminuir os custos com a força de trabalho, aumentar a mais valia e, a partir dela, aumentar os lucros.

Quando os trabalhadores não conseguem se qualificar, devido aos altos custos envolvidos na educação, que está praticamente toda privatizada, a propaganda burguesa os apresenta como “preguiçosos”.

A quantidade de trabalhadores empregada pelos patrões está determinada pela relação entre a demanda e a taxa de lucro. Devido à concorrência os capitalistas são obrigados a adotarem a tecnologia, mas isso, ao mesmo tempo, provoca a queda das taxas de lucro, o que os leva ao aumento da exploração dos trabalhadores em todos os sentidos. (Com o Diário Liberdade)

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