Radialistas do Sistema Sul Fluminense fizeram protesto deixando três emissoras fora do ar
(Foto: Divulgação/O Dia)
Radialistas do Sistema Sul-Fluminense de Comunicação, grupo de emissoras que atende aos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, no Estado do Rio, deixaram três emissoras fora do ar na manhã da última quarta-feira, 14 de novembro, em protesto contra atrasos de pagamento, constrangimento moral e defasagem salarial.
O ato, considerado sem precedentes pelo sindicato da categoria, silenciou as transmissões das rádios Cidade do Aço (103 FM), Sociedade FM (104), Sul Fluminense AM e 96,1 FM por cerca de 30 minutos.
Os profissionais se reuniram numa praça próxima à sede da empresa. Segundo o presidente do sindicato, Miguel Walter Costa, a manifestação teve a finalidade de buscar um acordo com os empresários do sistema, que tem 80 funcionários, visando à regularização do pagamento, atrasado há 12 dias.
“Não podemos aceitar que a categoria que denuncia as irregularidades que acontecem pelo país, se sujeite a uma situação como esta, inclusive há sérias denúncias de coação dos empregados que se rebelam contra a situação. A ameaça de desemprego é constante”, destacou o sindicalista, ressaltando que os empresários também se negam a pagar vale transporte e ticket refeição.
Um funcionário que, por temer represália, preferiu não se identificar, disse que a empresa exige a assinatura de recebimento de cesta básica todos os meses, mas que o benefício nunca foi concedido. “A rádio é campeã em audiência e em exploração ao trabalhador”, denunciou.
O diretor do sindicato Antônio Fanzeres, afirmou que existe um processo na justiça contra a empresa. “Esses atrasos salariais acontecem com frequência. Portanto, viemos do Rio hoje em apoio aos colegas da categoria e para mostrar para a população o desrespeito ao acordo coletivo que existe por parte do Sistema Sul Fluminense de Comunicação”, disse Antônio, frisando que a categoria está há quatro anos sem reajuste e que o piso pago a categoria é bem menor que o nacional
Primeira estação de amplitude modulada instalada na Região Sul Fluminense, o sistema existe desde 1944, sob a direção da Família Nader, que já teve representante na Câmara Federal envolvido em escândalos de corrupção (máfia dos anões do orçamento, em 1993), que deram um rombo de R$ 100 milhões aos cofres públicos. O esquema fraudulento pediu a cassação de 18 deles, mas apenas seis foram punidos. Os sócios da empresa ainda não se manifestaram sobre o assunto. (Com O Dia/ABI)
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