Jorge López, durante a Copa do Mundo do Brasil (Crédito: Acervo Pessoal)
Igor Waltz (*)
A jornalista Verónica Brunati quer uma indenização de US$ 1,5 milhão pela morte do marido, o também jornalista Jorge “Topo” López. O argentino estava no Brasil para cobrir a Copa do Mundo de 2014, e um táxi que o levava ao hotel foi atingido por um veículo dirigido por criminosos. Depois de ter feito campanha em redes sociais, a viúva contratou advogados no Brasil e agora pleiteia uma indenização do Estado de São Paulo.
De acordo com o advogado Carlo Frederico Müller, contratado pela viúva, a indenização foi calculada no equivalente a cerca de R$ 3,75 milhões. O valor também serviria como pensão para os dois filhos de Verónica e Topo.
Müller também vai atuar como assistente na acusação criminal contra os ocupantes do Nissan Versa. O carro havia sido roubado horas antes e tinha três ocupantes. Dois deles foram indiciados, e o caso terá audiência no dia 18 de novembro. O outro, por ser menor de idade, tem situação protegida por sigilo.
Brunati também reclamou publicamente sobre a dificuldade de acesso a documentos relacionados ao caso. Por questões de segurança e proteção dos dados, o Boletim de Ocorrência e o processo, por exemplo, podem ser vistos apenas in loco. Ela acusa o Estado como responsável pela imprudência na operação da Polícia e a falha do esquema de segurança na cidade durante a realização do Mundial.
“Demonstraremos na Justiça que a polícia fez uma perseguição criminal que não correspondia com o protocolo de segurança para a realização da Copa do Mundo. A polícia deveria zelar pela segurança dos turistas e jornalistas argentinos, milhares deles hospedados em Guarulhos. Isso provocou o homicídio do meu marido”, disse Verónica.
Topo, de 38 anos, tinha credencial da rádio “La Red”, mas também trabalhava para jornais como AS e Sport. No dia 9 de julho, ele voltava de Itaquera para Guarulhos, após ter acompanhado um treino para o jogo entre Argentina e Holanda, quando o táxi atingido por um Nissan Versa que fugia da polícia. O motorista do táxi sofreu apenas uma fratura, mas o jornalista passou entre as ferragens e morreu no local.
Apesar de ter admitido um erro na data da certidão de óbito de Jorge López, emitida inicialmente como se tivesse sido no dia 8 de julho, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) se defendeu das acusações da viúva. Indignada, Verónica criou uma campanha na internet para cobrar esclarecimentos pela morte do companheiro, por meio da hashtag #JusticiaParaTopo. O movimento teve participação de jogadores como Ángel Di María e Robinho e de ex-jogadores como Diego Simeone e Diego Maradona.
(*) Com informações do GloboEsporte.com e Portal Uol. (Com a ABI)
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