sábado, 8 de novembro de 2014

No Salão do Automóvel, metalúrgicos defendem empregos

                                                                        
Ato, organizado pela CSP-Conlutas e Sindicato, reuniu cerca de 100 trabalhadores


Um protesto de trabalhadores de empresas montadoras de veículos e de autopeças, realizado nesta sexta-feira, dia 31, no Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, defendeu medidas efetivas do governo Dilma Rousseff (PT) para garantir os empregos nestes segmentos.

A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e pela CSP-Conlutas, reuniu 100 pessoas e exigiu da presidente a edição de uma lei que garanta estabilidade no emprego aos trabalhadores. Os manifestantes permaneceram na área de entrada do Salão, das 14h às 16h.

Hoje, há milhares de metalúrgicos em todo o país em lay-off (medida que suspende os contratos de trabalho). Na GM de São José dos Campos, há 930 trabalhadores desde setembro nesta condição. Na planta de São Caetano, no ABC paulista, a companhia norte-americana vai afastar 850 trabalhadores a partir do dia 10 de novembro. Demissões já estavam sendo realizadas na unidade.

Ao contrário do que tenta fazer acreditar o governo, o nível de emprego tem caído nas montadoras. Segundo o Dieese – subseção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, houve perda de 10,4 mil postos de trabalho no setor entre setembro de 2013 e setembro de 2014 em todo o país. Nas empresas de autopeças, os empregos dos trabalhadores também estão ameaçados.

Protesto

Metalúrgicos permaneceram na entrada do Salão, no Anhembi, exibindo faixas e cartazes com inscrições em defesa dos empregos. Houve também distribuição de sete mil folhetos que, entre outros aspectos, destaca a bilionária isenção fiscal promovida pelo governo em benefício das fabricantes de veículos e o aumento da produtividade das empresas.

Representantes das montadoras estão pressionando o governo a conceder mais benefícios fiscais, mas, como tem acontecido nos últimos anos, não garantem a permanência dos trabalhadores em seus postos de trabalho.

“Os trabalhadores afastados pela GM estão apreensivos. Queremos com o protesto mostrar a nossa batalha em defesa dos empregos. Queremos divulgar o que está acontecendo, com as empresas recebendo bilhões em isenções fiscais e os trabalhadores à míngua, abandonados à própria sorte”, disse o metalúrgico da GM Demócrito Soares, 46 anos, que está afastado da empresa pelo sistema de lay-off.

Além da estabilidade no emprego, os metalúrgicos reivindicam a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, adoção de um Contrato Coletivo Nacional e proibição da remessa de lucros das empresas para suas matrizes no exterior. O protesto também se solidarizou com a luta de trabalhadores de outros países contra o fechamento de plantas, como na GM Opel, em Bochum (Alemanha), e pelo direito de se sindicalizar, como na Nissan, nos Estados Unidos.

“Vamos continuar mobilizados para cobrar da presidente medidas reais contra as demissões e a edição da lei que garanta estabilidade dos trabalhadores”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha. (ComComlutas)

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