quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Passada a eleição, governo aumenta a taxa de juros

                                 
                                 
Mais uma vez, passada a eleição, o governo faz questão de sinalizar claramente sua política favorável ao “mercado”. Durante a campanha eleitoral, a candidata Dilma fez questão de criticar as políticas econômicas do PSDB e Marina Silva, mostrando que altas taxas de juros e a “autonomia do Banco Central” só favorecem aos banqueiros, em prejuízo do povo. 

Agora, passada a eleição, novamente o governo faz questão de dar aos banqueiros ainda mais do que eles pedem. Surpreendendo o próprio “mercado”, o Banco Central aumentou a taxa de juros Selic, de 11% para 11,25% ao ano, aumentando ainda mais os gastos com a dívida pública federal, que em 2014 já alcançaram a marca dos R$ 910 bilhões até 25/10, o que representa 50% de todos os gastos até esta data (conforme dados oficiais compilados no Dividômetro da Auditoria Cidadã da Dívida)

Em 2003, no início do governo Lula, o sinal para o “mercado” foi a Reforma da Previdência, que incluiu até mesmo a infame exigência de pagamento por aposentados e pensionistas. No início do governo Dilma, o primeiro sinal foi a garantia da continuidade da autonomia do Banco Central, além de um corte de R$ 50 bilhões no orçamento. 

Agora, antes mesmo de iniciar seu segundo mandato, o governo Dilma dá também seu primeiro sinal ao “mercado” e aumenta as taxas de juros, mesmo que a economia esteja estagnada, e os países desenvolvidos estejam com taxas de juros iguais ou próximas a zero.

A primeira medida do segundo governo Dilma é totalmente contraditória com seu discurso de campanha, quando criticou fortemente o virtual ministro da Fazenda de Aécio Neves, Armínio Fraga, por ter aumentado a taxa de juros em sua gestão.

A justificativa para o aumento das taxas de juros tem sido o combate à inflação, embora o tipo de inflação verificado no Brasil seja resultante principalmente do aumento dos preços administrados pelo próprio governo (como a energia e combustíveis), além da alta de alimentos, que nada tem a ver com a taxa de juros. 

Não é aumentando os juros que se combate esse tipo de inflação, mas sim, reduzindo os preços administrados e alterando a lógica da agricultura do país, na qual a maior parte das terras e financiamentos é voltada para o setor primário exportador. Mas tais medidas não são do agrado dos bancos que usufruem do Sistema da Dívida.

(Com a Unidade Classista)

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