domingo, 2 de novembro de 2014

Quase 60% dos trabalhadores do campo brasileiro não tem carteira assinada

                                                                    
Ao longo dos anos, o número de habitantes e a ocupação no meio rural vêm diminuindo significativamente. Segundo os Censos do IBGE, em 1950, 63,8% residiam no campo. Em 1980, a população rural representava 32,3%. Em 2010, apenas 15,6%. 

A estimativa para 2050 gira em torno de 8%. Quanto à ocupação, a partir de 1985, foi iniciado um processo de contínua redução dos postos de trabalho no campo. De uma média de 4 trabalhadores por estabelecimento, passou para 3,2 em 2006 e, em 2012, chegou a 2,7 ocupados. 

Essa diminuição da ocupação é reflexo das mudanças ocorridas no campo que, entre outras coisas, passa pela contínua especialização e mecanização do processo agrícola.

Esses e outros dados foram apontados na pesquisa "O Mercado de Trabalho Assalariado Rural", realizado pela CONTAG e Dieese a partir dos dados divulgados nos Censos e PNAD/IBGE.

O objetivo da pesquisa foi esboçar o perfil dos trabalhadores ocupados no meio rural, mais especificamente dos assalariados e assalariadas rurais, contribuindo para o conhecimento sobre esse público e suas demandas.

Outro dado importante apontado na pesquisa é a alta taxa de informalidade nas relações de trabalho no campo. Em 2013, entre os 4,0 milhões de assalariados(as) rurais, 59,4% (2,4 milhões) encontrava-se sem carteira de trabalho assinada. 

"Portanto, a maior parte dos trabalhadores assalariados rurais no Brasil está em situação de trabalho informal, ou seja, sem nenhuma das proteções garantidas pelo vínculo formal", alertou o secretário de Assalariados(as) Rurais da Contag, Elias Borges.

Perfil do(a) assalariado(a) rural – dados PNAD 2013:

• 48,8% vivem em áreas exclusivamente rurais;

• De 4,0 milhões de assalariados, apenas 14,6% declararam ser sócios de algum sindicato;

• 39,3% não tem nenhum ou menos de 3 anos de estudo;

• 72,3% dos assalariados(as) rurais sem carteira assinada recebem em média até um salário mínimo nacional;

• Com carteira assinada, cai para 26,7% os trabalhadores que recebem até um salário mínimo. O salário geralmente é maior quando se tem a carteira assinada;

• 88,9% são do sexo masculino;

• 68,9% declararam ser pretos ou pardos;

• 58,0% têm até 39 anos de idade. (Com o Diário Liberdade)

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