sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Bancários contestam proposta de reajuste salarial de 7%. Não está afastada a hipótese de greve

                                      

O Comando Nacional dos Bancários considera insuficientes as propostas de caráter econômico apresentadas pela Fenaban dia 19 na sétima rodada de negociações da Campanha 2014. Os banqueiros propuseram reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação).

Também foi aprovado um calendário de mobilização para pressionar os bancos a apresentarem novas propostas que atendam as expectativas da categoria, orientando para a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro.

O Comando avaliou como importante a apresentação de uma primeira proposta com aumento real, mas considera os índices de reajuste muito insuficientes diante do lucro do sistema financeiro e cobra mais. Além disso, a Fenaban não apresentou propostas para proteger o emprego, combater o assédio moral e melhorar a segurança.

A presidente do Sindicato, Eliana Brasil, ressaltou a importância de reforçar a mobilização da categoria neste momento de embate com os banqueiros para garantir avanços. "Queremos ir além do aumento real. É preciso avançar em questões fundamentais que estamos reivindicando, como o fim das metas abusivas e do assédio moral,  melhores condições de trabalho, saúde, dentre outros. Os lucros exorbitantes dos bancos provam que os banqueiros têm plenas condições de atender as nossas reivindicações. Por isso, é de suma importância que todos compareçam à assembleia do dia 25 para deliberarmos sobre a greve", afirmou

A proposta econômica dos banqueiros

Reajuste de 7% (0,61% de aumento real)
Piso portaria após 90 dias - 1.235,14 (7,5% de reajuste - 1,08% de aumento real)
Piso escritório após 90 dias - R$ 1.771,73 (1,08% acima da inflação)
Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.393,33 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa, significando 1,08% de aumento real)
PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.812,58, limitado a R$ 9.723,61. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.391,93
PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.625,16
Auxílio-refeição - R$ 24,14
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 425,20
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 353,86
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 302,71
Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,52
Requalificação profissional - R$ 1.210,04
Auxílio-funeral - R$ 811,92
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.072,92
Ajuda deslocamento noturno - R$ 84,75

Calendário

25 de setembro

Assembleia para deliberar sobre proposta e greve a partir do dia 30
26 de setembro

Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
2 de outubro

Manifestações em frentes aos prédios do Banco Central, em defesa de um BC independente do mercado financeiro

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