Trabalhadores bancários que estão em campanha salarial devem lutar contra demissões e denunciar ganância dos patrões
No primeiro semestre de 2014, os dois grandes bancos privados nacionais, Bradesco e Itaú, apresentaram lucros recordes e rentabilidade elevada. Os bancos públicos, apesar de reduzirem o ritmo de expansão das carteiras de crédito também obtiveram crescimento.
Apesar dos dados positivos, também nesse período, houve a continuidade de fechamento de postos de trabalho. Esses dados são do estudo de Desempenho dos Bancos, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Os números comprovam, mais uma vez, que prevalece a ganância dos patrões, que em nome do lucro atacam empregos.
De acordo com a pesquisa, o total de ativos das seis maiores instituições bancárias do país atingiu, em junho de 2014, o expressivo montante de R$ 5,1 trilhões.
A Caixa Econômica Federal é o destaque desde 2011. Segundo os dados apontados pelo Dieese, os ativos da instituição cresceram 18,2% e o capital próprio (patrimônio líquido), 43,9%, na comparação entre os primeiros semestres de 2013 e 2014.
Outro ponto de rentabilidade foi registrado nas carteiras de crédito que, nos seis maiores bancos, cresceram 13,3% no período e chegaram a quase R$ 2,6 trilhões. Novamente os bancos públicos são os principais responsáveis pelo crescimento. As operações de crédito, no período, tiveram expansão de 28,0%, na Caixa, e de 12,5%, no Banco do Brasil.
No Banco do Brasil, o lucro foi de R$ 5,4 bilhões, um aumento de 2,2% em relação ao primeiro semestre de 2013. Ainda de acordo com a pesquisa, existe uma ressalva nos dados que não considerou “o efeito extraordinário no lucro registrado no primeiro semestre de 2013, decorrente da venda de ações da BB Seguridade, que levou o resultado do banco à casa dos R$ 10 bilhões”.
O outro banco público, a Caixa Econômica Federal, também registrou lucro líquido considerável de R$ 3,4 bilhões, com alta de 7,9% na comparação semestral.
Lucratividade não garante empregos
Por outro lado, de acordo com a pesquisa, o número de posto de trabalho não acompanhou o crescimento dos lucros dos bancos, pelo contrário, foi reduzido. Entre junho de 2013 e junho de 2014, o total de empregados nessas instituições passou de mais de 473 mil para 468 mil. Foram fechados quase 5 mil postos de trabalho nas seis maiores instituições bancárias do país, no período, revela o estudo.
A redução de pessoal, de acordo com o Dieese, é uma das estratégias usadas pelos Bancos para garantir essa alta rentabilidade, acompanhada pelo aumento das tarifas, cujo reflexo é sentido no bolso da população como um todo. “A estratégia adotada pelos bancos privados tem sido a busca pela melhora do Índice de Eficiência mediante, basicamente, redução das despesas com pessoal próprio e aumento das receitas com tarifas.
Os bancos públicos, por sua vez, têm mantido a oferta de crédito em expansão, com destaque para a Caixa, cuja estratégia tem sido a melhora do Índice de Eficiência por meio da elevação das receitas de intermediação financeira, além das receitas de tarifas”, conclui o estudo.
Esse ataque se reflete diretamente nas reivindicações dos trabalhadores bancários que estão em campanha salarial por contratação de mais funcionários, pelo fim da sobrecarga de trabalho e imposição de metas abusivas.
Unidade é a resposta para combater esse ataque
Por isso, os trabalhadores bancários devem buscar a unidade às demais categorias que também estão em campanha salarial, entre quais metalúrgicos, petroleiros, trabalhadores dos Correios e fortalecer sua contra esse ataque, conforme alertou o Movimento Nacional de Oposição Bancária, seguindo a orientação da resolução da coordenação nacional da CSP-Conlutas que chama a unificação.
(Com a Conlutas)
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