terça-feira, 23 de setembro de 2014

Bancos só querem mais lucros, nada de pagar melhores salários

                                                        
                                                          Iguatu/Divulgação 

A 6ª edição do estudo “Desempenho dos Bancos”, divulgada ontem (22) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra mais uma vez um quadro de contradição entre o setor patronal e os empregados da categoria bancária: enquanto os lucros do setor apresentaram um aumento volumoso no primeiro semestre de 2014, houve grave redução na quantidade de postos de trabalho disponíveis. O estudo está disponível para download no site do Dieese.

Entre os números da pesquisa, o que mais se destaca é o do aumento da margem de lucro dos seis maiores bancos do Brasil, que juntos cresceram seus ativos líquidos em R$ 28,4 bilhões nesses seis meses - um aumento de 14,3% no comparativo do mesmo período de 2013. Juntos, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander e HSBC acumulam ativos de R$ 5,1 trilhões, 80% de todo o sistema financeiro.

Este saldo positivo do balanço patrimonial não se reflete na relação que os bancos têm com seus empregados e clientes, infelizmente. No mesmo período, o Dieese registrou o fechamento de 9.095 postos de trabalho entre as seis corporações - fato atenuado apenas pelo último concurso da Caixa, que contratou 4.143 pessoas por todo o Brasil. Quanto à relação com o consumidor, o grupo agravou o peso das tarifas que cobra sobre seus serviços em 9,7%, em média, com especial destaque para o Itaú Unibanco: apenas nos últimos 12 meses, esse valor subiu 16,3%. A estratégia de compensar a redução de juros no crédito com uma elevação dramática nos encargos tarifários é evidente.

Greve é inevitável

É diante deste quadro que a categoria bancária entrou em campanha salarial em 2014, com o objetivo mínimo de conquistar 12,5% de aumento (aumento real de 5,4%). A Fenaban ofereceu apenas 7% depois de várias rodadas de negociação, ignorando a reinvindicação de equiparação do piso salarial com o sugerido pelo Dieese, de R$ 2.979,25.

Para Adilson Araújo, presidente da CTB, a situação exige a mobilização dos bancários por todo o Brasil: “A categoria padece de uma série de doenças e de insegurança, causados pelo falta de investimentos, já que a maioria dos bancos entende que investir em segurança faz parte da conta das despesas. 

Mesmo à luz da gravidade da crise, nada tem afetado o sistema financeiro nacional. Se verificarmos a alta lucratividade da categoria nos últimos anos, teremos a clareza de que é possível procurar um patamar mais elevado na campanha salarial”.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) indica forte possibilidade de greve do setor a partir do dia 30, até o momento.

(Com Renato Bazan - Portal CTB)

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