Acordo no TST evita greve nacional dos empregados dos Correios
Vinte sindicatos de empregados dos Correios fecharam quarta-feira (24/9), no Tribunal Superior do Trabalho, acordo coletivo para os anos de 2014 e 2015. De acordo com a empresa, menos de 300 empregados, de um total de 120 mil, continuam em greve nos estados de Minas Gerais e Roraima. "O acordo evitou uma greve nacional da categoria", afirmou o ministro Ives Gandra Martins Filho, vice-presidente do TST, que conduziu a mediação que resultou no acordo.
O reajuste salarial ficou em 6,5%, a ser pago em forma de gratificação, com reflexos em verbas trabalhistas como férias, 13º e FGTS. O reajuste não será menor do que R$ 200, mesmo quando o percentual corresponder a quantia inferior.
Dos 36 sindicatos da categoria, 20 fecharam o acordo no TST, o que corresponde a cerca de 60% do total de trabalhadores. A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras dos Correios (Findect) e seus seis sindicatos filiados aderiram ao acordo.
A Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) não assinou o acordo porque, dos 30 sindicatos filiados, 14 aceitaram a proposta. Um dos sindicatos filiados, o da Bahia, não se pronunciou porque se encontra sob intervenção judicial.
O vice-presidente do TST considerou o acordo histórico porque "ocorreu antes do ajuizamento do dissídio coletivo e de uma situação de greve". Ives Gandra Filho conseguiu, além da aceitação pela empresa de várias cláusulas de interesse dos trabalhadores, que não houvesse o corte de ponto dos atuais grevistas, devido, inclusive, à pequena adesão ao movimento.
Antes da audiência da mediação, a vice-presidência fez 11 reuniões com as partes buscando a conciliação. Por causa dessa negociação, a categoria, em sua maioria, não entrou em greve, e a empresa não acionou a Justiça do Trabalho. Os Correios se comprometeram, agora, a ajuizar dissídio coletivo solicitando a extensão do acordo aos filiados dos outros sindicatos que não aderiram a ele. O pedido, assinalou Ives Gandra Filho, será analisado pelos integrantes da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST, quando do julgamento do dissídio.
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Trabalhadores dos Correios mostram disposição de luta, mas direções sindicais não se jogam a favor da greve
Em São Paulo e Rio de Janeiro, sindicatos dirigidos pela CTB manobram as assembleias e contrariam vontade dos trabalhadores em ir à greve contra acordo rebaixado
A campanha salarial dos trabalhadores dos Correios – cuja data base é em agosto – tem se enfrentado com as direções dos sindicatos filiados às centrais governistas, que contrariaram a vontade da base de ir à greve e impõem a aceitação de proposta rebaixada da empresa “ganhando” a assembleia na marra.
O movimento grevista que poderia ter se configurado nacionalmente foi marcado pela falta de democracia operária e por manobras impostas por dirigentes sindicais em assembleias realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, as duas maiores bases sindicais da categoria.
Essa é a avaliação feita pela Oposição Nacional dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas.
Em São Paulo, um vídeo mostra que, durante a assembleia realizada no dia 16, os trabalhadores recusam a proposta da empresa e aprovam a greve, contudo, a direção pelega ignora a votação e aprova na marra a proposta de aceitação do acordo rebaixado. (confira o vídeo)
No Rio de Janeiro, os trabalhadores enfrentaram o mesmo ataque.
De acordo o membro da Oposição dos Correios da CSP-Conlutas, Heitor Fernandes, na sexta-feira (19) a assembleia também foi manobrada. “Aprovam no grito a proposta da empresa, quando visivelmente mais de 70% dos trabalhadores era contrário ao acordo”, conta, indignado.
A assembleia foi marcada pela revolta da categoria que indignada seguiu o carro de som. Os seguranças foram acionados e agiram brutalmente agredindo os grevistas.
Ainda segundo o membro da Oposição dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas, os ecetistas estão inconformados com a forma de condução da assembleia e vão acionar a justiça. “Nós, da Oposição, vamos acionar o Ministério Público pedindo a destituição da atual direção que feriu o estatuto do sindicato ao não levar em conta a vontade da base”, explica Heitor.
“Nós tínhamos condições favoráveis para mantermos a greve, estamos vendo outras categorias, como bancários indo para a greve para lutar por direitos e podemos seguir o mesmo exemplo contra a proposta rebaixada da empresa”, compara.
Segundo o dirigente, é importante lutar contra essa proposta que pode servir de exemplo para que outras empresas empreguem os mesmos acordos rebaixados às diversas categorias. “Essa proposta é um balão de ensaio para que se empregue a política de reajustar salários com gratificações, sem aumento real”, argumenta.
Contra proposta rebaixada, mobilização e unidade
A proposta da empresa prevê uma gratificação, chamada de GIP (Gratificação de Incentivo à Produtividade) que equivale a 6,5% do salário com valor mínimo de R$ 200 a ser pago de maneira gradativa, no passar dos anos. Esse valor será incorporado ao salário somente quando a empresa obtiver o lucro acumulado acima de R$ 2 bilhões. “Vamos depender da rentabilidade da empresa para ganharmos esse bônus. Não podemos aceitar. E diante dos rumos da economia, esse montante é quase impossível de ser atingido”, questiona Heitor.
Reunião no TST
Na reunião de conciliação realizada quarta-feira (24) entre as federações de trabalhadores e a empresa ficou definido que os acordos seriam fechados entre a empresa e os sindicatos. O membro da Oposição Nacional dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas, Giovani Zoboli, que esteve presente na reunião, a ECT tentará estender para todos os sindicatos o acordo, mesmo para as bases em que não foi aprovado, via dissídio de extensão. “A empresa vai empurrar esse acordo a goela baixo, passando por cima da decisão das federações”, destacou. (Com a Assessoria de Imprensa do TST/Conjur/Conlutas)
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Trabalhadores dos Correios mostram disposição de luta, mas direções sindicais não se jogam a favor da greve
Em São Paulo e Rio de Janeiro, sindicatos dirigidos pela CTB manobram as assembleias e contrariam vontade dos trabalhadores em ir à greve contra acordo rebaixado
A campanha salarial dos trabalhadores dos Correios – cuja data base é em agosto – tem se enfrentado com as direções dos sindicatos filiados às centrais governistas, que contrariaram a vontade da base de ir à greve e impõem a aceitação de proposta rebaixada da empresa “ganhando” a assembleia na marra.
O movimento grevista que poderia ter se configurado nacionalmente foi marcado pela falta de democracia operária e por manobras impostas por dirigentes sindicais em assembleias realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, as duas maiores bases sindicais da categoria.
Essa é a avaliação feita pela Oposição Nacional dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas.
Em São Paulo, um vídeo mostra que, durante a assembleia realizada no dia 16, os trabalhadores recusam a proposta da empresa e aprovam a greve, contudo, a direção pelega ignora a votação e aprova na marra a proposta de aceitação do acordo rebaixado. (confira o vídeo)
No Rio de Janeiro, os trabalhadores enfrentaram o mesmo ataque.
De acordo o membro da Oposição dos Correios da CSP-Conlutas, Heitor Fernandes, na sexta-feira (19) a assembleia também foi manobrada. “Aprovam no grito a proposta da empresa, quando visivelmente mais de 70% dos trabalhadores era contrário ao acordo”, conta, indignado.
A assembleia foi marcada pela revolta da categoria que indignada seguiu o carro de som. Os seguranças foram acionados e agiram brutalmente agredindo os grevistas.
Ainda segundo o membro da Oposição dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas, os ecetistas estão inconformados com a forma de condução da assembleia e vão acionar a justiça. “Nós, da Oposição, vamos acionar o Ministério Público pedindo a destituição da atual direção que feriu o estatuto do sindicato ao não levar em conta a vontade da base”, explica Heitor.
“Nós tínhamos condições favoráveis para mantermos a greve, estamos vendo outras categorias, como bancários indo para a greve para lutar por direitos e podemos seguir o mesmo exemplo contra a proposta rebaixada da empresa”, compara.
Segundo o dirigente, é importante lutar contra essa proposta que pode servir de exemplo para que outras empresas empreguem os mesmos acordos rebaixados às diversas categorias. “Essa proposta é um balão de ensaio para que se empregue a política de reajustar salários com gratificações, sem aumento real”, argumenta.
Contra proposta rebaixada, mobilização e unidade
A proposta da empresa prevê uma gratificação, chamada de GIP (Gratificação de Incentivo à Produtividade) que equivale a 6,5% do salário com valor mínimo de R$ 200 a ser pago de maneira gradativa, no passar dos anos. Esse valor será incorporado ao salário somente quando a empresa obtiver o lucro acumulado acima de R$ 2 bilhões. “Vamos depender da rentabilidade da empresa para ganharmos esse bônus. Não podemos aceitar. E diante dos rumos da economia, esse montante é quase impossível de ser atingido”, questiona Heitor.
Reunião no TST
Na reunião de conciliação realizada quarta-feira (24) entre as federações de trabalhadores e a empresa ficou definido que os acordos seriam fechados entre a empresa e os sindicatos. O membro da Oposição Nacional dos Trabalhadores dos Correios da CSP-Conlutas, Giovani Zoboli, que esteve presente na reunião, a ECT tentará estender para todos os sindicatos o acordo, mesmo para as bases em que não foi aprovado, via dissídio de extensão. “A empresa vai empurrar esse acordo a goela baixo, passando por cima da decisão das federações”, destacou. (Com a Assessoria de Imprensa do TST/Conjur/Conlutas)
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